sábado, 12 de outubro de 2013

Educação financeira: por um Dia das Crianças diferente

O Dia das Crianças é uma data comemorada por vários países, em alguns com diferentes datas. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) escolheu o dia 20 de novembro para homenagear as crianças, já que, nessa data em 1959 ele oficializou a Declaração dos Direitos da Criança.
Essa declaração é o documento que estabelece vários e importantes direitos para todas as crianças do mundo:alimentação, amor e educação.
No Brasil, o dia 12 de outubro foi instituído bem antes dessa decisão do Unicef, em 1923. Levou algum tempo para que essa data se popularizasse por aqui. Somente em 1955, como resultado de uma campanha de marketing da indústria de brinquedos Estrela a data começou a ganhar peso.
Após essa iniciativa, outros empresários do mesmo setor lançaram a “semana da criança” com o propósito de alavancar as vendas de produtos infantis. De lá para cá, todos nós sabemos que trata-se de uma data onde o mercado se aquece, muitos pais ficam perdidos e endividados. Isso por que a cada ano as exigências de nossos pequenos têm ficado mais sofisticadas e caras.
A proposta hoje é repensar o Dia das Crianças e propor um momento diferente com os filhos. Quem aceita o desafio de inovar no presente?
Essa é uma ótima oportunidade para pensarmos na nossa relação com os filhos, sobre a necessidade criada em torno dos presentes e os desejos reais. A expectativa das crianças acaba sendo alta devido à avalanche de estímulos que são direcionados para ela.
Assim, eu pergunto para você:
  • Será que isso faz bem?
  • Comprar um presente só porque todo mundo compra é educar financeiramente?
  • O que está em jogo nessa data comemorativa?
  • Qual o limite estabelecido?
  • Existe limite estabelecido?
  • Como constituir um modelo diferente para minha família?
Algumas sugestões são interessantes para que possamos fugir do padrão comprar um brinquedo novo. Nessa época as crianças ficam perdidas no meio de tantas propagandas (que aumentam demais durante a programação diária dos canais) e das lojas abarrotadas de opções de presentes.
Criar um clima favorável para que o presente ganhe outro sentido faz parte deste “fazer diferente” no dia 12 de outubro. Comece a pensar em alternativas para deixar de lado a compra e tente inovar. Você pode contar sobre o motivo do dia das crianças e de como essa data se transformou em somente no ganhar um brinquedo novo.
Dentro dessa proposta, você pode ter um dia especial no parque com muita diversão, um piquenique com os amigos ou um lanche preparado com a participação das crianças.
Você pode ainda assistir a um contador de histórias, incentivar uma troca de livros ou brinquedos entre os amigos, curtir uma sessão de cinema em casa, criar uma tarde livre para desenho e pintura ou construir seu brinquedo novo através da reciclagem.
Usando a criatividade é possível sair da chamada “tradição” e, com muito carinho, fazer dessa data um dia especial que será guardado na memória afetiva de todos.  Mais do que presentes, precisamos ser presença! Isso ficará com os pequenos para sempre.
Você concorda? Tem alguma ideia para compartilhar conosco? Já fez um dia das crianças diferente para seu filho? Use o espaço de comentários abaixo e conte-nos essa experiência. Abraço e até mais!

Este artigo foi escrito por Bernadette Vilhena.
Pedagoga empresarial,

13º Salário: gastar ou investir?

Você pode achar que ainda é cedo para pensar no que fazer com o 13º salário, mas a verdade é que se você não se planejar desde já, poderá acabar gastando-o antes mesmo de ele ser depositado na sua conta. Acredite!
Trabalhos de finanças comportamentais – área que se dedica ao estudo dos impactos do comportamento humano sobre as decisões econômicas e financeiras – apresentam evidências de que tendemos a separar o dinheiro com base em critérios subjetivos, como, por exemplo, a fonte pagadora, e isto explica a razão pela qual temos maior facilidade para gastar o dinheiro que “ganhamos” do que o dinheiro conquistado com muito esforço.
Em outras palavras, o salário recebido mês a mês é visto como de maior valor e gasto com mais cautela e ao dinheiro proveniente de bônus ou qualquer outro extra é atribuído menos valor e despendido com mais facilidade.
Tecnicamente, a inclinação para agirmos desta maneira é conhecida como contabilidade mental e, como a maioria de nós apresenta este viés, não nos damos conta de que poderíamos dar um destino melhor para este dinheiro.
O 13º salário é um destes casos que gastamos com mais irracionalidade, pois é recebido como um presente e não como merecimento, talvez porque o recebamos numa época de festas e de férias. Por isso, o fim mais comum para ele é o gastá-lo, sendo que o ideal seria aplicá-lo bem.
Só alcançamos objetivos e nos preparamos para a aposentadoria com disciplina. Quando consumimos tudo o que ganhamos, estamos colocando o futuro em xeque. Esta época é ótima para se compreender a importância dos investimentos, começar e estabelecer uma rotina de aplicações, mesmo que sejam anuais – se você ainda não começou.
Também é muito comum as pessoas utilizarem o dinheiro do 13º para quitar alguma dívida. Se esse é o seu caso, se você já conta com este dinheiro, pois antecipou uma compra, faça isso mesmo. Não tem lógica investir, receber rendimentos de 0,5% ou até mesmo 3% ao mês e pagar 5%, 6% ou 8% de juros mensais. Não tem problema adiar mais um ano; o importante é fazer como manda o figurino, de maneira a obter mais rendimentos.
Há pouco tempo, recebi uma pergunta interessante de uma cliente que, após ter lido nosso eBook Planejamento Financeiro(clique aqui para baixar), me escreveu o seguinte: “Só posso começar a investir em fundos depois que meus ativos forem maiores que os passivos?”.
Não necessariamente alguém precisa ter mais ativos do que passivos para investir. A análise do patrimônio líquido (ativos – passivos) é utilizada para identificar a situação financeira de um indivíduo.
Quando a situação é de patrimônio líquido negativo, costumo dizer que a luz vermelha está acesa. Deve-se dar atenção às contas, mas, por exemplo, se a sua dívida for o financiamento de um carro ou de um imóvel e você conseguir pagar as prestações e investir, não só pode como deve começar.
O que não é recomendado é investir quando as suas dívidas estiverem sendo roladas no cheque especial ou cartão de crédito. Neste caso, é melhor liquidar o saldo devedor antes de investir.
Voltando aos planos para investir o seu 13º, sugiro uma carteira diversificada que contemple liquidez, pois você pode precisar de dinheiro em situações emergenciais, e que supere a inflação no longo prazo, aumentando sua riqueza a fim de proporcionar segurança para a família e independência na aposentadoria.
A contabilidade mental, mencionada no início do texto, também é um comportamento apresentado por muitos investidores, os quais preferem desvincular o dinheiro seguro daquele aplicado em produtos de maior risco, com a intenção de evitar que as variações negativas dos investimentos arriscados afetem a carteira como um todo.
Esta prática, no entanto, exige certo esforço e, em alguns casos, também custos, mas não fará diferença quando comparada a investir todo o valor. Evitar a contabilidade mental é fundamental para alcançar maiores retornos. O dinheiro é fungível, isto é, independentemente da sua origem e objetivo.
Dinheiro é dinheiro! Nem a fonte deveria ser um fator determinante na hora de decidir como gastá-lo, nem separá-lo vai produzir resultados diferentes.

Este artigo foi escrito por Sandra Blanco. Consultora de Investimentos da Órama,