Você tem o hábito de poupar? A pergunta parece simples, talvez até despretensiosa, mas é importante. Tão importante que foi a principal razão para esta postagem de hoje. Preciso confessar que fiquei preocupada com algumas análises divulgadas recentemente pelo IBOPE e Serasa.
Uma pesquisa realizada em 142 cidades do país, com mais de 2.000 pessoas, todas maiores de 16 anos e diferentes classes sociais, descobriu que sete em cada dez brasileiros não têm o hábito de poupar e que metade dos brasileiros desconhece as vantagens de se manter essa rotina.
O levantamento ainda aponta que 35% dos brasileiros sentem mais prazer em gastar imediatamente do que em poupar. Um terço dos entrevistados confessou comprar por impulso. Além disso, estratégias de economia (conseguir descontos no pagamento à vista, por exemplo) não estão nos planos de 38% dos entrevistados, que optam pelo parcelamento.
Acontece que as consequências do perigoso hábito de não tratar das finanças pessoais com atenção são muito perigosas - some ao comportamento indevido o abuso do crédito e o estrago fica ainda maior.
Você sabia que um em cada quatro devedores tem 65 anos ou mais?
De acordo com o Serasa, a inadimplência dos idosos tem se mantido na média de 25% desde o início de 2013, quando o levantamento começou a contar com a idade dos devedores (quem mantém dívidas de 90 dias ou mais). Por que isso acontece?
- A aposentadoria normalmente vem acompanhada de uma queda na renda familiar. Por isso eu sempre insisto na questão da formação de uma aposentadoria complementar a partir de investimentos;
- Parar de trabalhar não significa diminuir o padrão de vida, afinal de contas nesse período as despesas com saúde (remédios, exames, plano de saúde etc.) costumam se elevar. Para manter o padrão de vida é preciso pensar a aposentadoria antes dela chegar;
- As instituições financeiras estão buscando clientes com esse perfil (idosos e aposentados) de forma mais agressiva. Estabelecer limites e viver com base em um orçamento doméstico atualizado é a base do sucesso financeiro;
- Os mais velhinhos costumam ser muito generosos e "emprestam" seu nome para parentes mais novos e acabam pegando dinheiro emprestado para eles. Muitos não honram esse acordo familiar. Ora, nosso nome é o que temos de mais importante e precisamos valorizá-lo.
A questão se resume ao planejamento financeiro
Se observar o comportamento do brasileiro demonstrado na pesquisa e a situação de nossos idosos, notará que há uma relação importante de causa e efeito. A diferença é que muitos dos aposentados de hoje não tiveram condições de colocar em prática um planejamento financeiro eficiente - o Brasil antes do Plano Real era economicamente terrível.
O quadro a seguir mostra as desculpas usadas para não fazer o seu planejamento financeiro:
Espero que as informações da mensagem de hoje tenham servido para mantermos o assunto dinheiro em pauta, mas de uma forma natural, produtiva e que faça sentido. Prometo seguir compartilhando informações e insights para ajudá-lo a viver em paz com suas finanças.